Pensar em música latina no Brasil é pensar no SBT. E seguir esse texto é refletir sobre o papel de Silvio Santos na nossa formação cultural, muito além de homenagear o maior nome da TV brasileira, morto neste sábado, 17 de agosto, em decorrência de uma broncopneumonia, aos 93 anos.

Ficamos órfãos.

Todos os ídolos latinos que formaram gerações de fãs por aqui passaram pelos estúdios da emissora, seja na Vila Guilherme, seja na Anhanguera. Do fenômeno Menudo, lá na década de 1980, ao RBD. De Thalia a Shakira. De Ricky Martin a Enrique Iglesias. Laura Pausini. Todos, sem exceção, tiveram seu primeiro contato com o Brasil ali.

Porque dentre todas as qualidades de empreendedor amplamente divulgadas ao longo do dia, Silvio Santos era visionário. Abriu espaço para histórias mexicanas desde o Chaves, trouxe a saga das Marias, apostou em Rebelde, investiu em Lucero. Ele entendia seu público. Sabia que os telespectadores do SBT passavam longe do glamour do Leblon; eles preferiam sonhar com contos de fadas.

Foi ele quem compreendeu que a TV feita na América Latina podia ser consumida no Brasil. A consequência disso foi a música.

De alguma forma, somos todos filhos do SBT.

É muito difícil encontrar alguém que acompanhe a música latina que não tenha sido moldado culturalmente pelo canal.

São muitos os legados de Silvio Santos, a contribuição para o nosso mercado é mais um, mas pouco reconhecido nas homenagens que estão na TV desde as primeiras horas do dia.

Nos despedimos da lenda, do ícone, do homem que representa um antes e um depois na TV, e deixamos nosso muito obrigada por tudo, Senor Abravanel, fã incondicional de Julio Iglesias. Alguém como nós.

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