Em janeiro, pouco antes do início das vendas de ingressos para a Soy Rebelde Tour, Christian Chávez e Christopher Uckermann anunciaram que todos os direitos do RBD agora estavam nas mãos dos cinco integrantes – além deles, Anahí, Maite Perroni e Dulce María. Dois meses depois, uma revelação de Alfonso Herrera ao El País deixou claras as razões pelas quais o reencontro só saiu depois dessa negociação.

Ao jornal, Poncho falou sobre uma suposta exploração do grupo no início dos anos 2000.

“Foi difícil porque assinamos um contrato cedendo os direitos do personagem da novela, da imagem deles e de tudo que foi explorado em termos de merchandising. Não vimos um único centavo“, disse o ator mexicano.

“Eu tinha 23 ou 24 anos e via a cara dos meus colegas em todos os lugares vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis e nada… A emissora de televisão dona desse projeto [Televisa] não foi justa e não é questão de dinheiro, tem a ver com a questão de trabalho. Fizemos um show no Coliseo de Los Angeles com 63 mil pessoas, por exemplo, e eles me pagaram 18 mil pesos por isso”, disse ele.

Na cotação atual, 18 mil pesos mexicanos equivalem a cerca de R$ 5,1 mil.

Na nova tour, só no Brasil, cerca de 500 mil ingressos já foram vendidos. Imaginem só se os direitos ainda fossem da Televisa? Nenhum dos cinco, com família e muitos projetos laborais na música, na TV ou no cinema, deixariam suas casas para encarar uma maratona de shows.

Alfonso Herrera também desejou sorte aos companheiros: Sei que [a Soy Rebelde Tour] será um sucesso enorme e não desejo a outra coisa além de coisas boas a todos eles”.

Na mesma entrevista, Poncho revelou que o episódio no Brasil em que três fãs morreram pisoteadas em uma sessão de autógrafos, por conta do excesso de público, o deixou traumatizado. O caso aconteceu em fevereiro de 2006. Outras cem ficaram feridas.

“Compartilhamos coisas que ninguém sabe e nós seis estivemos lá em momentos alegres e em tempos difíceis, como no Brasil (…) Até hoje tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente. Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com essa situação. Foi muito difícil. Anos depois voltamos ao Brasil, reencontramos os parentes e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de uma forma muito profunda e, por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá”.

O relato põe fim aos rumores de que havia tensão entre os integrantes e acaba com a teoria de que Herrera não participou da tour por, simplesmente, não querer mais cantar.

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