Tentei por uma semana, diariamente, ouvir GET UP BITCH! Shake ya ass, a estreia da Victoria de Angelis em carreira solo como DJ, ao lado de Anitta. Juro que tentei. Fracassei miseravelmente e nunca passei da metade da música. “Amei, ouvi na academia”, disse minha filha de 15 anos.

Talvez seja a faixa etária.

Talvez seja gosto musical, pura e simplesmente.

Talvez seja decepção.

O comunicado oficial da Sony Music, gravadora à qual Victoria se uniu recentemente, dizia: “A faixa techno provocante ativa os sentidos com um ritmo acelerado, perfeito para stompers de techno ousados, enquanto a decisão de Victoria de se juntar à sensação brasileira Anitta, que libera vocais intensos e cheios de raiva, a conduz por suas inspirações do baile funk ao lado mais áspero do techno dançante. Assim como sua personalidade, a vertente de música eletrônica de Victoria é tanto intransigente quanto totalmente cativante”.

Achei cansativa. Chata. Medíocre.

E muito disso está associada à imagem que tenho da Victoria como instrumentista. A baixista do Mäneskin é genial em seu trabalho original, para dizer o mínimo. Ao enveredar para uma nova carreira, cheia de subcelebridades e alguns pontuais expoentes, a italiana virou mais do mesmo.

Preocupa que essa seja sua visão de futuro. Enquanto seus colegas estão descansando a imagem após dois anos intensos de discos e turnês, ela desgasta a sua por puro passatempo, pelo afã de manter-se ativa constantemente, tal e qual consta nos mandamentos de seus 24 anos.

Não há voz dissonante no mercado internacional sobre suas habilidades no baixo. Com o quarteto do rock, Victoria brilha y brilha.

É bem provável que seus colegas também se aventurem em projetos solitários, mas parece que estão sendo mais cautelosos para não incorrerem, justamente, no seu erro: fazer do hobby uma profissão secundária sem pausa, estudos, preparação. Victoria foi apressada e agora tem um contrato a cumprir. A ver.

Pode ser que o próximo single surpreenda. Torço por isso, inclusive. Amo sua maneira disruptiva de ser. Sua imagem empoderada e livre é necessária para as mulheres. Mas fazendo uma associação simplista, é como se ela tivesse deixado o elenco do BBB para integrar A Fazenda. Ou o A Grande Conquista.

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