Na última semana, Thalia voltou a ser assunto no Brasil como se estivéssemos nos anos 1990. Thalia teria sido convidada para participar da novela Família É Tudo, da Globo, mas as negociações esbarraram no cachê da estrela mexicana, segundo revelou o site Notícias da TV.

Na história de Daniel Ortiz, Lupita, interpretada por Daphne Bozaski, é muito fã da artista e carrega até um medalhão com a foto da “ídola”. Além disso, o clássico Piel Morena, que  embalou o sucesso Maria do Bairro (1995), virou o tema musical da personagem.

De acordo com a publicação, emissora argumentou que não tinha orçamento para pagar o cachê de Thalia e todos os custos envolvendo passagem e hospedagem no Rio de Janeiro. Como a cantora não tem nenhum plano de vir ao Brasil, não deu para conciliar uma participação com um agenda pré-estabelecida por aqui.

Thalia sabe da existência da novela e da personagem. Uma imagem de Lupita beijando o medalhão com a foto da cantora no peito foi compartilhada por ela em suas redes sociais, segue o texto assinado por Carla Bittencourt.

Agora vamos à análise: a existência da personagem em um papel de destaque na Globo, por si, já fomenta o nome de Thalia para as gerações que passaram longe da trilogia das Marias exibida pelo SBT há mais de 30 anos, mas não é suficiente para concretar seu nome como aconteceu no passado, quando a artista era figurinha carimbada no canal de Silvio Santos.

É preciso dar a Thalia o mesmo peso para existência do mercado latino no Brasil de fenômenos como Menudo ou Rebelde. Não fosse por ela, esse nicho seria bem menos interessante, por assim dizer, entre os brasileiros. Seu “case” é ainda mais importante pelo fato de nunca ter feito shows no país, diferentemente dos exemplos citados acima. A devoção quase é platônica.

Não seria hora de abrir mão de algumas exigências e devolver esse carinho a quem a segue, de graça, há três décadas? E mais: não seria uma estratégia de mercado fundamental para que o esquecimento nunca seja o caminho? A presença da eterna Maria do Bairro no catálogo da Globo, tanto na TV aberta como na plataforma de streaming, já é um upgrade e desperdiçá-lo, em plena promoção de um novo álbum, A Mucha Honra, demonstra que Thalia se contenta com o que já construiu, sem ambição de atravessar gerações no país.

E, verdade seja dita, a Globo não parece consciente do produto que tem em mãos ao transformá-la em mercadoria barata, que não merece o investimento, colocando-a em uma prateleira baixa de relevância no panorama nacional. Um erro com todas as letras. Parece que seria um favor à multipremiada artista, não o contrário. Afinal, ela é cria do SBT e, como sempre bato na tecla, a natureza do brasileiro é ser um elitista cultural.

Era a hora das duas partes sentarem à mesa para discutir todos os prós e contras. Do jeito que foi decidido, todos perderam. Nós, os fãs, inclusive.

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