O site Na Telinha divulgou nesta segunda-feira (31) que a reapresentação de Rebelde terminou sua sétima semana no ar perdendo 58% de audiência em relação à primeira, mais especificamente numa comparação com o segundo capítulo, quando registrou 4,8 pontos em 13 de junho.

Dados da Kantar Ibope obtidos pelo NaTelinha apontam que a novela mexicana registrou apenas 2,0 pontos na Grande SP na última sexta-feira (28). A trama da Televisa foi o programa do SBT menos visto ao longo do dia, com menos público até que atrações da madrugada como o The Noite (2,7) e Operação Mesquita (2,4). Somente o SBT News, já na madrugada de sábado deu menos (1,9).

Na semana passada, Gabriel Perline, do IG, já tinha contado que Daniela Beyruti deu ordens para que a produção seja “esquartejada” e saia do ar o mais breve possível.

Fenômeno nos anos 2000 e às portas de uma turnê histórica, com oito datas esgotadas no Brasil, difícil imaginar que o problema esteja na trama que revelou Anahi, Dulce María, Maite Perroni, Christopher Uckermann, Christian Chávez e Alfonso Herrera para o mundo. O X da questão, como sempre, recai sobre a péssima estratégia adotada pela emissora de Silvio Santos.

A decisão de reprisar a novela veio após o boom da venda de ingressos para a Soy Rebelde Tour, marcada para novembro. Antes de fechar a data do retorno das aventuras do colégio Elite Way à grade, o SBT fechou contrato com a Redibra para licenciamento de produtos. A ordem era lucrar sem se preocupar com os números. Afinal, Rebelde está na moda.

Mas vamos cutucar feridas aqui: na moda até a página 5. Porque para os fãs da primeira geração – e das subsequentes, muito provavelmente – o horário escolhido é inviável. Com boa parte do público na casa dos 30 anos, quem está na frente da televisão, sem trabalhar, às 14h30? Com o cifrão nos olhos, ninguém fez uma pesquisa nesse sentido antes da reexibição. Na verdade, ninguém precisa de licenciatura em marketing para saber que o espectadores antigos não conseguiriam acompanhar a trama desta vez.

Seria a hora, então, de chegar um novo nicho? Mais uma vez, o SBT errou. Adolescentes com a TV à disposição dificilmente acompanham novela à moda antiga. Vivemos a era do streaming, das mini-telas. Outra falha de avaliação de mercado que não colocou o choque geracional na conta. O jovem dos anos 2020, simplesmente, não vê TV aberta. É uma constatação de senso comum.

E, por mais boa vontade que tenham, os mais velhos, aposentados, passam longe de ser o público-alvo de Rebelde.

O que o SBT fez foi seguir com afinco a receita de um fracasso anunciado. Até por ser esse o ano do retorno da banda aos palcos, da turnê gigante, do surto coletivo, a estratégia era simples: apostar nos seguidores fieis, dar-lhes um horário confortável para chegar em casa, tomar um banho, jantar, e acompanhar a saga de seus ídolos no início da carreira. Não tinha fórmula mágica, era fazer o básico dos básicos.

O SBT não fez a lição de casa e está transformando Rebelde em chacota, manchando uma história de sucesso averbada pelos milhares de ingressos vendidos mundo afora.

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