De uma quase despedida por conta da dificuldade logística imposta pela pandemia em 2021, Amadeus fará história como o diretor artístico com mais anos consecutivos à frente do Festival de Sanremo neste século. A renovação de seu contrato foi confirmada pela RAI na última sexta-feira (4). O novo acordo abrange as temporadas de 2023 e 2024.

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Com a ampliação, ele comandará um total de cinco edições do principal evento musical da Itália e ficará marcado como o nome que transformou Sanremo em uma competição heterogênea, midiática e, claro, apresentou o fenômeno Måneskin ao mundo.

Amedeo Sebastiani nasceu em Ravena e tem 59 anos. Seu currículo inclui atrações como  1, 2, 3 Jovanotti, DeeJay Television y Deejay Beach, Festivalbar, entre outros programas de rádio e televisão.

5 acertos de Amadeus à frente do Festival de Sanremo

Rejuvenescimento

Até pode aparecer quem argumente com os nomes de Achille Lauro, Irama, Mahmood e Ultimo no Festival de Sanremo de 2019, sob a direção de Claudio Baglioni, para tirar o mérito do rejuvenescimento da competição da batuta de Amadeus. O diferencial da nova era é montar um elenco repleto de revelações e, mais do que isso, conseguir se comunicar com um público que não estava acostumado a ver o evento por si. A linguagem é jovial, leve e descontraída, tirando as cortinas de quem via Sanremo de esgueira. Assistir ao festival, hoje em dia, não é mais motivo de vergonha para o jovem italiano.

https://www.youtube.com/watch?v=ZGhtJV_QKgQ

Recuperação

Amadeus fala com os jovens, mas preserva os veteranos. Vai além: recupera veteranos. O terceiro lugar de Gianni Morandi neste ano, a série de memes de Orietta Berti em 2021, são exemplos clássicos. Há espaço para todo mundo no Festival de Sanremo de Amadeus. A única “regra” é que mesmo os mais velhos se encaixem na linguagem citada acima. Os nomes consagrados da música italiana não sobem ao palco do Teatro Ariston para fazer figuração, mas para fazerem parte dessa engrenagem que funciona para todas as idades.

https://www.youtube.com/watch?v=iEAWPUsCgqo

Heterogeneidade

Música clássica? Pop? Eletrônica? Romântica? Rock? Rap? Não há gênero que tenha ficado de fora de Sanremo nos últimos três anos. Os vencedores são um exemplo disso: em 2020 venceu a romântica Fai Rumore, de Diodato; 2021 foi o ano dos tabus sendo quebrados com Måneskin e Zitti e Buoni. A mistura de rap e balada de Mahmood e Blanco em Brividi triunfou em 2022. Os próprios artistas sentem que podem navegar por diferentes mares nestes novos tempos. Irama, por exemplo, mandou La Genesi Del Tuo Colore no ano passado e voltou na última edição com a profunda Ovunque Sarai. Amadeus é quem impulsiona os artistas a apresentarem novidades ano a ano.

Responsabilidade social

Com a chegada de um novo público, o Festival de Sanremo precisou se redescobrir. Precisou tocar em feridas que antes passavam à margem, como racismo e violência contra a mulher. Antigamente, ser “ospiti” do evento significava ser do mainstream, conceder uma entrevista rasa, cantar uma música e ciao, ciao. Spice Girls, Backstreet Boys, Christina Aguilera, Ricky Martin e muitos outros nomes consagrados já passaram por aquele palco. Nos últimos anos, o que se viu foram convidados menos badalados, mas com mensagem social, como Lorella Cesarini em 2022.

Måneskin

O olhar de lince de Amadeus para o que acontece à margem dos charts foi o responsável pela escolha de Måneskin para integrar o elenco de 2021. À época, Damiano, Victoria, Ethan e Thomas tinham uma carreira alternativa após a passagem pelo X Factor 2017. Totalmente respaldados pelo diretor artístico, os jovens ficaram livres para manter sua imagem livre, tanto estética quanto musicalmente. O resto é história. Amadeus será para sempre o responsável por revelar um dos maiores fenômenos contemporâneos de Sanremo, ao lado de Laura Pausini e Eros Ramazzotti.

https://www.youtube.com/watch?v=haNSqTigU0Y
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