Pelo menos no papel já é possível cravar que o Festival de Sanremo 2023 é o melhor da história. A competição começa nesta terça-feira, 7 de fevereiro, apostando em um elenco tão estelar, como imprevisível.

Quem imaginaria, antes de dezembro, que Marco Mengoni voltaria ao Teatro Ariston depois de dez anos? Dono de uma das carreiras mais consolidadas da Itália, ele poderia colocar o êxito de L’Essenziale no bolso e viver dos louros para sempre. Giorgia, uma das principais hitmakers do festival, também transcendeu o evento sanremense em sua carreira.

Modà, Anna Oxa, Articolo 31, Gianluca Grignani formam a velha guarda desta edição e têm recebido ótimas críticas dos jornalistas que já ouviram os temas de 2023.

Há a expectativa, ainda, pelo desempenho de Ultimo. Vice-campeão em 2019, perdendo para Mahmood (Blanco), ele volta ao Ariston com um status diferente na carreira: hoje, o Peter Pan é dos poucos artistas a lotarem estádios na Itália. Só que no mundinho de Sanremo, sua reação com a derrota de quatro anos atrás ainda é um senão. Seria a edição da consagração completa?

Madame, Mara Sattei (com texto escrito por Damiano David), Levante, Elodie, Leo Gassmann, Lazza… a lista de possíveis ganhadores é imensa. É consenso que nunca houve tantos candidatos ao titulo como neste ano.

Tudo regado ao processo de rejuvenescimento comandado por Amadeus, o diretor-artístico mais longevo deste século. Seu contrato, ampliado no ano passado, agora vai até 2024.  O diferencial da sua era é montar um elenco repleto de revelações e, mais do que isso, conseguir se comunicar com um público que não estava acostumado a ver o evento por si. A linguagem é jovial, leve e descontraída, tirando as cortinas de quem via Sanremo de esgueira. Assistir ao festival, hoje em dia, não é mais motivo de vergonha para o jovem italiano.

Amadeus fala com os jovens, mas preserva os veteranos. Vai além: recupera veteranos. Os nomes consagrados da música italiana não sobem ao palco do Teatro Ariston para fazer figuração, mas para fazerem parte dessa engrenagem que funciona para todas as idades.

Música clássica? Pop? Eletrônica? Romântica? Rock? Rap? Não há gênero que tenha ficado de fora de Sanremo nos últimos três anos. Os vencedores são um exemplo disso: em 2020 venceu a romântica Fai Rumore, de Diodato; 2021 foi o ano dos tabus sendo quebrados com Måneskin e Zitti e Buoni. A mistura de rap e balada de Mahmood e Blanco em Brividi triunfou em 2022. Os próprios artistas sentem que podem navegar por diferentes mares nestes novos tempos. Irama, por exemplo, mandou La Genesi Del Tuo Colore no ano passado e voltou na última edição com a profunda Ovunque Sarai. Amadeus é quem impulsiona os artistas a apresentarem novidades ano a ano.

O olhar de lince de Amadeus para o que acontece à margem dos charts foi o responsável pela escolha de Måneskin para integrar o elenco de 2021. À época, Damiano, Victoria, Ethan e Thomas tinham uma carreira alternativa após a passagem pelo X Factor 2017. Totalmente respaldados pelo diretor artístico, os jovens ficaram livres para manter sua imagem livre, tanto estética quanto musicalmente. O resto é história. Amadeus será para sempre o responsável por revelar um dos maiores fenômenos contemporâneos de Sanremo, ao lado de Laura Pausini e Eros Ramazzotti.

E, em 2023, promete fazer o melhor Festival de Sanremo da história. No papel, já conseguiu.

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