Pode parecer uma sentença precoce, mas o enredo é muito parecido ao de 2017, quando Despacito surgiu ainda em janeiro e todo mundo podia cravar que a parceria de Luis Fonsi e Daddy Yankee seria a música do ano. Seis temporadas depois, em julho, a gente já pode dizer que vem da Shakira o hit de 2023.

Falamos da icônica colaboração com Bizarrap na Sessions 53 em que a história da colombiana é total protagonista da letra. São 585 milhões de visualizações no YouTube e quase 708 milhões de streams no Spotify em seis meses, sem contar a história sendo reescrita no principal chart do mundo, o Hot 100 da Billboard. Mas, como já foi dito, hit não é ranking, não é letra, não é melodia. É tudo isso, mas precisa do hype.

A lendária indireta a Gerard Piqué tem tudo isso e vai além. Muito se criticou (homens, e em grande parte pais separados) o conteúdo da música, a exposição do e aos filhos do caso extraconjugal vivido com Clara Chía e até a suposta falta de sororidade com a mulher que lhe roubou as geleias. Pouco se falta sobre o quão rica e bem elaborada é essa letra.

Vamos aos fatos: falar de amor, para quem tem talento na composição, é fácil. Falar sobre desamor, então… Mas imagine escrever com sarcasmo, ironia, trocadilhos e várias pitadas de humor sobre uma dor pujante? “Ah, mas a Shakira já escreveu Antología, Inevitable, Estoy Aquí, isso é baixo para ela”.

Caro leitor, me atrevo a dizer que, com a colaboração de Bizarrap principalmente no ótimo e pegajoso arranjo, a mãe de Milan e Sasha lançou sua música mais sincera. Um petardo que fala sobre senso comum, cru, direto. Porque a vida quase nunca é lúdica e melódica. Sessions 53, aconteça o que acontecer, entrará para o repertório da prateleira de cima da carreira da Shakira porque é histórica. O tempo fará justiça ao tema.

Em enquete lançada na semana passada, houve quem lembrasse de La Bachata, de Manuel Turizo, como outra candidata a hit do ano. Teria potencial, não fosse publicada justamente neste ano.

A própria Shakira tem disco à vista, provavelmente entre setembro e outubro; Luis Fonsi vem com álbum conceitual sobre lugares do mundo; Laura Pausini ainda deve fechar o ano com o projeto que celebrará seus 30 anos de carreira. Hawái, do Maluma, abocanhou o título de hit de 2020 já no segundo semestre. Dois anos antes, Calma, do Pedro Capó com Farruko, idem. Pepas fez o mesmo em 2021, tal qual Despechá, da Rosalía, no ano passado.

Mas, em 2023, não precisamos de mais do que 11 dias para ouvir a música que seria o hit da temporada.

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