Quando Rush! saiu, ainda em janeiro deste ano, usei esse espaço para dizer que o álbum do Måneskin deveria ser saboreado ao vivo. Dez meses depois, modéstia à parte, descobri que tinha razão: faixa a faixa, ele cresce exponencialmente na voz de Damiano David e nos instrumentais impecáveis de Victoria De Angelis, Ethan Torchio e Thomas Raggi.

Thomas, aliás, deu um show à parte em São Paulo, na apresentação realizada no Espaço Unimed na noite de sexta-feira, 3 de novembro. Com apenas 22 anos, ele deu mostras de que é um músico desses que aparecem uma vez a cada muitos anos ou décadas. Um virtuoso, sem dúvida. Além disso, os anos de estrada lhe deram mais desenvoltura no palco.

A análise, obviamente, é técnica. Eles entregaram um show impecável, sem nenhum porém para que os críticos possam apontar dedos do tipo: “banda de cover”. E a Rush! World Tour, quiçá, tenha sido cuidadosamente pensada para um upgrade definitivo entre haters.

É preciso ressaltar que São Paulo, especificamente, recebeu o melhor setlist até agora, com a inclusão de Baby Said. Tal e qual no Rio de Janeiro, a banda trocou Timezone pela aclamada Vent’anni. E a homenagem a Cazuza com Exagerado foi a cereja do bolo.

Contudo, é preciso falar sobre o comportamento dos artistas. Na interação, força e energia, parecia um show da dupla Damiano e Thomas, com Victoria e Ethan visivelmente abalados pelos rumores que recaíram sobre o baterista horas antes da apresentação.

A baixista, sempre sorridente e exalando sensualidade, estava apagada. Mesmo com toda sua excelência técnica, era como se não estivesse ali. Há relatos de que no Rio seu comportamento foi o mesmo. Os focos em Ethan no telão podem ser contados nos dedos.

Polêmica sexual à parte, fica claro que o Måneskin precisa de férias. É físico. É emocional. Nada sobre talento, comprometimento ou técnica. São dois anos e meio de trabalho incansável, sem pausa. O grupo é, antes de tudo, humano. Não funciona como máquina.

Se o show em si foi superior ao de 2022, a impressão causada pelos quatro, sempre acessíveis, simpáticos e elétricos, deixou a desejar. No ano passado, eles jogaram o sarrafo no alto e, por isso, a expectativa estava no mesmo nível. Se com tudo isso foi incrível, imagina se juntarem toda a potência de 2023 com os personagens da tour anterior?

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