Priscila Bertozzi 
Vamos de spoiler: essa coluna é inédita. Pela primeira vez em quase seis anos de carreira do Måneskin, vem aí uma leve crítica ao quarteto romano, a maior revelação da música italiana em muitos e muitos anos. O texto é honesto e sincero, vem de alguém que acompanha a banda desde as audições do X Factor.
Começo a coluna às 21h18 de 12 de janeiro de 2023 depois de ter ouvido GOSSIP, o novo single, por cinco vezes. A parceria com Tom Morello chega após La Fine e The Loneliest, os dois grandes acertos de Damiano, Victoria, Ethan e Thomas desde que explodiram para o mundo em 2021.
Se La Fine recordava os bons tempos de Zitti e Buoni, The Loneliest entra com muita tranquilidade para o TOP 5 de melhores músicas do Måneskin. Com larga vantagem, a melhor em inglês.
Por isso, a estreia de GOSSIP traz um quê de decepção. A ideia da letra é boa, mas a execução é um tanto mais do mesmo. Quiçá pela pouca criatividade da criação da melodia.
Veja bem: os músicos seguem impecáveis em seu trabalho. Contudo, as músicas com pegada rock estão caindo em uma linearidade sonora. Não é ruim, mas não traz novidade.
Por um momento, lembrou Mammamia, que ninguém gosta de lembrar.
Todo mundo já sabia que o Måneskin de 2023, de Rush!, álbum que chegará na próxima semana, não seria o Måneskin de Teatro D’Ira. Os mercados abertos exigem uma sonoridade que acompanhe a internacionalização, deixando-os engessados em um molde muito aquém da amplitude de ritmo, melodia e som dos trabalhos anteriores. Faz parte.
Assim como um equívoco aqui, outro acolá, também estão no caminho de qualquer superstar.
Rush! será o primeiro passo de uma carreira muito longa para o exterior, mas ainda faltam ajustes nesse processo. A pergunta, agora, é se o álbum será mais The Loneliest ou mais GOSSIP. Espero eu que passe muito longe de Mammamia. Eles já mostraram que podem chegar lá. Ou podem começar a almejar um lugar fixo na prateleira de cima do mercado internacional. Só resta saber qual será a direção que seguirão agora.