Shakira errou.
Shakira não deveria ter exposto os filhos.
Shakira deveria ter sido superior e não mandado indireta ao ex.
Shakira deveria manter sua intimidade na privacidade do seu lar.
Porque Shakira é mulher. E, como mulher, é obrigação dela, única e exclusivamente dela, juntar os cacos quebrados depois de uma traição.
Shakira não deveria ter descoberto que o marido a traía porque sua geleia favorita acabava toda vez que ela viajava.
Shakira deveria ter esquecido que o então marido deixou vazar a amante em sua casa durante uma live.
Porque Shakira é mulher.
E em meio à chuva de apoio após o lançamento da Session #53, Shakira ainda precisa ler todos os argumentos acima.
Machistas.
Misóginos.
Retrógrados.
Como se um relacionamento tivesse apenas um lado. Como se a manutenção do respeito coubesse apenas a ela.
O marido, que nunca se preocupou em preservar os filhos e, muito menos, o sentimento da ex-mulher, é para muitos – em pleno 2023 – uma vítima nesta quinta-feira, 12 de janeiro, já histórica para a carreira da colombiana.
Em números, em repercussão, em acolhimento.
O exposed veio no débito, no crédito e em muitas prestações para o ex-atleta em atividade. E se Shakira errou, errou em não fazê-lo antes. Ou em não ter conseguido em react do espanhol na primeira audição.
A verdade é que Shakira nunca teve tanta razão. Aos viúvos da era Pies Descalzos, o mundo gira. Parecem não saber que ela sempre contou suas histórias na letra que compõe. E a Shakira de hoje é uma mulher que se reconstrói na dor.
Shakira foi gigante ao expor o quão profundamente está ferida.
Quem julga ou nunca foi machucado, nunca foi exposto ou, simplesmente, não se importa com o outro.