Lá pela metade do último show da CNCO no Brasil, realizado na noite da última quarta-feira, 5 de julho, na Audio Club, em São Paulo, o pensamento era: como a gente (indústria, de forma geral) deixou isso acontecer?

Por que um grupo talentoso, único em seu nicho de mercado, com tantos e tantos hits, dá adeus de forma precoce, com menos de oito anos de carreira?

Sim, por dezenas de questões internas, grupos tendem a se desfazerem no meio do caminho. É uma sina. É quase uma equação matemática. Mas, geralmente, esse ponto final vem com muitas dicas no período que antecede o desfecho. Nesse caso, quiçá, o encerramento tenha começado em 2021, com a saída de Joel Pimentel, sem muitas explicações.

Mas a saída de Joel Pimentel, por seu comportamento em eventos públicos, entrevistas e afins, era previsível. Seu desconforto nessas situações era palpável. Como quarteto, a CNCO foi se desmanchando sem que a gente percebesse. Inclusive, Richard, Zabdiel, Christopher e Erick deixam a sensação, no palco, de que queriam essa despedida tal qual seus fãs. Ou seja, não queriam. No futuro, quem sabe, os pormenores sejam descobertos em uma biografia qualquer. Por ora, é límpida e transparente a desenvoltura dos atuais integrantes sob a tutela de seu repertório, fama, trajetória.

O mercado vai sentir falta. Não apenas por ser, como dito acima, um produto único no momento atual da indústria latina, mas pela facilidade com que colocaram hits nas rádios e plataformas digitais. Mesmo que você não faça parte do fandom, por osmose deve conhecer uns 80%, com facilidade, da setlist apresentada ontem na Audio.

Entrando no nicho do nicho, o reggaetón, poucos são os artistas que têm a diversidade de batida, de melodia, que eles mostraram na última década. Cada música vem em uma embalagem diferente (oi Plutón), algo que muitos dos “tubarões” do meio latino tentam, mas não conseguem.

Por fim, mas não menos importante, há uma sinergia entre público e artista vista poucas vezes nos últimos anos. Guardadas as devidas diferenças – havia uma novela como promotora e, portanto, mais alcance, a CNCO pode ser o RBD da nova geração. Daqui a 20 anos, quem sabe, estejamos falando sobre um reencontro icônico e lendário.

Por ora, fica o registro de que essa despedida acontece cedo demais. Havia muito mais para dar, muitos outros reggaetóns lentos a bailar. Aliás, esse é o carro-chefe da história da CNCO e estará em qualquer playlist de hits latinos da década que se preze. De alguma forma, foi essa música que trouxe o chamado “popetón” para a moda, muito antes de Despacito.

Há de se destacar, para finalizar, o esforço descomunal dos cncowners de transforarem momentos de nostalgia e melancolia em um imenso gracias ao quarteto naquela que foi, infelizmente, la ultima cita. Um privilégio para quem pode disfrutá-la.

Agora, só nos resta desejar muita sorte na carreira solo dos quatro rapazes, cada um com sua origem, raiz, e futuro musical. E bailemos, eh!

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