Embora as casas de apostas apontem para a vitória da Croácia, o Eurovision Song Contest de 2024 vive uma edição muito diferente dos últimos anos, sem um favorito claro ao troféu. O cenário é semelhante ao de 2020, quando a pandemia cancelou o festival.

Os croatas são seguidos muito de perto por Suíça, Itália e Ucrânia, mas a semana de ensaios colocou a surpreendente Irlanda na briga.

Nesta quinta-feira, 7 de maio, a primeira semifinal abre as comemorações pelos 50 anos da vitória do Abba com Waterloo. Acaso, destino ou casualidade, a festa é em casa, na cidade de Malmö, na Suécia, credenciada ao posto de anfitriã após a vitória de Loreen no ano passado.

Chipre, Sérvia, Lituânia, Irlanda, Ucrânia, Polônia, Croácia, Islândia, Eslovênia, Finlândia, Moldávia, Azerbaijão, Austrália, Portugal e Luxemburgo brigam por dez vagas na finalíssima do próximo sábado (11). Reino Unido, Alemanha e Suécia também se apresentam nesta tarde, em uma mudança no regulamento em 2024.

Pela primeira vez, os países do BIG 5 e o anfitrião se apresentarão nas semifinais, mesmo com lugar garantido na decisão. A disputa começa às 16h (horário brasileiro), com transmissão pelo YouTube.

Eurovision: presença de Israel leva tensão ao evento

Em Malmö, sede da competição, é grande o temor de ataques dentro e fora da arena. A cidade multicultural da Suécia conta com grande comunidade palestina.

“Esta edição do Eurovision será a mais politicamente carregada da história por conta da guerra em Gaza e da situação humanitária ali”, disse Magnus Ranstorp, especialista em terrorismo da Universidade Sueca de Defesa, em Estocolmo, em entrevista ao The Guardian.

No mês passado, centenas de artistas e organizações no Reino Unido apelaram a Olly Alexander, o participante local, para desistir do concurso. Alexander, juntamente com vários outros concorrentes, rejeitou o pedido e disse que iriam “usar a nossa plataforma para se unirem e apelarem à paz”.

Israel vai ao Eurovision representado pela jovem Eden Golan, de 20 anos. Ela vai defender Hurricane, depois que a proposta original October Rain, com claras menções aos ataques do Hamas em outubro do ano passado, foi rejeitada pela EBU.

Crise humanitária e genocídio

Em seis meses, a invasão à Palestina matou, pelo menos, 32.623 pessoas. Mais de 75.092 ficaram feridas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

Segundo a ONU, 85% da população no setor sitiado — onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas — foi forçada a evacuar as suas casas devido à atual situação na Faixa de Gaza, que inclui a destruição de infraestrutura e a falta de alimentos, água, combustível e eletricidade.

No mês passado, o relatório da Integrated Food Security Phase Classification (IPC) – uma respeitada rede internacional que fornece aos governos, à ONU e às agências de ajuda humanitária dados apolíticos para medir a escala da fome – alertou para uma fome iminente em Gaza.

“Prevê-se que metade da população da Faixa de Gaza (1,11 milhões de pessoas) enfrente condições catastróficas” no que diz respeito à segurança alimentar, afirmou. Israel afirma que a avaliação da ONU contém informações imprecisas e diz que as agências da ONU não conseguiram distribuir a ajuda que chega diariamente.

Resoluções apelando à maior assistência humanitária ou proteção aos civis — como a apresentada à Assembleia Geral da ONU, em outubro, e outra ao Conselho de Segurança, em dezembro — foram aprovadas, mas até o momento não surtiram efeitos significativos na crise humanitária.

Israel, inclusive, tem ignorado a última resolução aprovada no fim de março pelo conselho, que exige um cessar-fogo imediato. Só nesta semana, um ataque israelense contra um comboio da ONG World Central Kitchen (WCK), que distribui cerca de 350 mil refeições diariamente, deixou sete trabalhadores humanitários mortos. Segundo o Ocha, em publicação na sexta-feira, pelo menos 225 agentes morreram desde o início do conflito. “Também [não estão sendo respeitados] direitos como o acesso à ajuda em situações como essa. É contra o direito humanitário internacional impedir a entrada de ajuda em Gaza” afirmou Emily Wight, porta-voz da Save The Children, ao jornal O Globo.

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