Priscila Bertozzi 
Feitas todas as reflexões sobre a vitória da Ucrânia no Eurovision Song Contest, a questão que martela a cabeça dos eurofãs agora é: onde acontecerá o festival em 2023?
Destaque: Com hino de luta e resistência, vitória da Ucrânia escancara elitismo cultural
Tradicionalmente, o país ganhador organiza o evento na edição seguinte, o que fica improvável com uma nação em guerra ou – com sorte – em recuperação no pós-guerra.
Embora o presidente Volodimir Zelenski tenha dito que o ESC 2023 acontecerá em uma Ucrânia “livre, pacífica e restaurada”, são mínimas as chances de que isso aconteça nos próximos 12 meses. Ele ainda propôs que Mariúpol, a cidade mais devastada nos últimos três meses com a invasão russa, receba a competição.
As últimas previsões do Banco Mundial apontam para uma queda de 11,2 no PIB do país e uma retração econômica de 45,11%. Segundo o jornal Corriere Della Sera, a última edição do Eurovision custou 20 milhões de euros: 14,8 milhões bancados pela cidade de Turim e 5,2 milhões divididos entre patrocinadores e organização (RAI).
Os benefícios, principalmente com o impulsionamento dos setores de Turismo e Serviços, compensam. Antes do evento, os italianos previam faturar sete vezes mais do que o valor investido. A questão é se a Ucrânia estará pronta e se haverá empresas dispostas a investires no país até lá. Em 2022, o Eurovision foi transmitido de um bunker por questões de segurança.
Nesse cenário, o Reino Unido aparece como a primeira possibilidade de Plano B. Além de ter ficado em segundo lugar, o que lhe daria a herança natural da organização, existe uma boa relação política entre chefes dos dois países.
Logo após a divulgação dos resultados, a Espanha enviou nota oficial se oferecendo para organizar o evento. Pouco depois, Turim disse que está pronta para fazer uma dobradinha em 2023, já que sua estrutura está montada. Existem rumores de que Polônia e Alemanha também já teriam enviado suas propostas à União Europeia de Radiofusão (EBU).
Ainda não há previsão para a divulgação da cidade (ou país, neste caso) anfitriã. Em um contexto social pacífico, a Itália só revelou Turim como sede em outubro do ano passado.
Com Kalush Orchestra interpretando Stefania, a Ucrânia venceu o Eurovision 2022 no último sábado, 14 de maio.