“Era um homem branco com um bronzeado em aerossol terrível”, disse Camila Cabello ao tentar se defender das acusações de racismo durante o lançamento do novo single, Don’t Go Yet. “O objetivo era fazer que cada pessoa parecesse um personagem dos anos 80 como o vídeo”.
LatinPopCast #31 – “In Da Getto”, o renascimento do J Balvin
Sabe a velha máxima do soneto que sai pior do que a encomenda? A atuação de estreia aconteceu no Tonight Show de Jimmy Fallon, e um dos bailarinos usou o recurso “blackface” para se enquadrar no perfil estereotipado da ex-Fifth Harmony.
Na tentativa de celebrar suas raízes latinas, Camila Cabello foi ofensiva e preconceituosa e não cabe espaço para discussão. A prática surgiu no teatro americano séculos atrás e era usada para que os negros fossem representados de modo caricatural. Ou seja, não há por onde elaborar uma tese de defesa.
+ Leia Mais: Tini fala sobre Miénteme, próximo disco e avisa que quer incluir Brasil em nova tour
Mais ainda se seu passado te condena. Vários posts antigos da artista têm conteúdo racistas. O fãs passam pano dizendo que ela era uma menina de 15 anos à época, mas racismo e preconceito não têm idade.
Não bastasse a apresentação desastrosa para a imagem da namorada de Shawn Mendes, a música é um show de obviedades e um dos piores lançamentos de Camila Cabello na carreira solo.
+ Leia Mais: Almas Gemelas é o novo single de Myke Towers
Buscando seus últimos lançamentos no Spotify, aparece o álbum Romance, de 2019, em que ela divide uma faixa com DaBaby, que levou uma sapatada no rosto após fazer comentários machistas e homo fóbicos em um show na cidade de Miami.
+ Leia Mais: Show no Brasil deve marcar gravação do último DVD do RBD
Em vez de buscar explicar o inexplicável, Camila deveria reencontrar sua identidade musical, há muito perdida. Don’t Go Yet não entraria em uma playlist mediana e, esperamos, caia no limbo rapidamente para que a cantora tente outra vez. Thank u, next, señorita Cabello.