Quando o RBD começou, lá em 2004, o mundo era diferente. Não que isso seja desculpa para a forma com que o trio formado por Anahi, Dulce María e Maite Perroni tenha virado padrão de comportamento e beleza, muito menos para a insistente rivalidade feminina criada no imaginário do público.

Quem era a mais bonita, quem tinha o melhor corpo ou a melhor voz eram questões que pautavam o fandom. E, sejamos sinceros, ainda tem quem viva nessa bolha de futilidade e opressão de duas décadas atrás. De fãs a jornalistas que dão palco a discussões tão rasas devem, pelo bem das meninas de hoje e amanhã, ficar muito longe dos holofotes.

Uma busca rápida pelo Google usando os nomes das três nesta terça-feira, 2 de maio, é uma prova disso: “Dulce María é criticada por sua aparência nas redes sociais”, diz o Tiempox. “Anahí confirma que é a mais bela do RBD”, desta do El Heraldo. “A rotina de Maite Perroni para ter um corpo tonificado”, fala o Mui Fitness.

Detalhe: aos 40 anos completados em março, Maite está na reta final de sua primeira gestação. É justo que seu corpo esteja em debate nesse momento, para o bem ou para o mal? Contemplar a beleza de Anahí é ótimo, mas há a necessidade de compará-la às colegas?

Pior é o que estão fazendo com Dulce María, chamando-a de “velha” e “gorda” em seu trabalho na novela Pienso En Ti. DM foi mãe em 2020, tem 37 anos e segue belíssima como nos tempos de Roberta Pardo, mas tem sido vítima de etarismo constante nos comentários das imagens que compartilha em seus perfis nas redes sociais.

O mundo mudou. E, em algumas questões, para melhor. O estímulo à rivalidade feminina é execrável. A comparação de forma física é condenável.

Com a tour do RBD batendo à porta, a única coisa que importa é como essas três mulheres se mantiveram relevantes com o passar dos anos. Como transformaram e inspiraram gerações. Como, cada uma à sua maneira, ainda são exemplos para milhares de meninas ao redor do mundo.

Qualquer tipo de comparação, seja vocal ou física, familiar ou profissional, é coisa de quem parou no tempo, não evoluiu. Afinal, ninguém vê nada parecido quando se fala de Alfonso Herrera, Christopher Uckermann ou Christian Chávez, não é mesmo?

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