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Por quê?
A Espanha viveu um ano de pausa. Depois de superar a pandemia, a paralisação do mercado e fazer um ótimo 2020, 2021 ficou na mão de poucos artistas. Felizmente, quem segurou a música no peito fez um bom trabalho, como Melendi, por exemplo.
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O músico das Astúrias publicou o excelente álbum Likes y Cicatrices, cuja faixa título entrou forte na briga para o troféu de Música do Ano.
A grande sacada desse disco foi a mistura de ritmos. Melendi arriscou sem medo de ser feliz: tem balada, tem pop, tem a sua tradicional rumba catalana e tem urbano. Justamente na mistura dos dois últimos se encaixa a ótima La Boca Junta, uma grata surpresa para quem, como nós, olhou um pouco desconfiados para essa parceria com Mau y Ricky antes do lançamento.
De novo, é uma ode à leveza em meio a um ano duro, suprindo a nossa necessidade de música para dançar, sem pensar. É desopilar o cérebro.
Vale sempre destacar a qualidade de Melendi como letrista. Até para contar as histórias mais simples, ele é preciso nas rimas inteligentes, na construção de um relato de amor, desamor, alegria ou tristeza. Em La Boca Junta, Mau y Ricky, além de Andy Clay e Angel Arce ajudaram na composição. Mas seu toque está ali, claro e límpido.
Melendi tem sido o bom vinho do mercado espanhol nos últimos trabalhos, melhorando a cada tema, a cada álbum. Que siga assim!
Quem ganhou em 2020: Corazón Sin Vida, Aitana e Sebastián Yatra