Pablo Alborán voltou ao seu habitat natural com Soy Capaz, single que chegou às plataformas digitais no início da sexta-feira para os europeus, ainda na quinta para os brasileiros.
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A música tem muitas virtudes. Primeiro, apaga um pouco o mau sabor deixado pelo flerte com o pop em Llueve Sobre Mojado, em que ficava nítida a falta de conexão entre música e proposta de Alborán. É uma balada e, como letrista rompecorazones, Alborán não erra.[
Em Soy Capaz, ele deixa clara a sua capacidade de tocar fundo nos corações, ainda que venha com uma história simples, mas muito bem acabada do ponto de vista técnico.
A bossa nova logo na introdução é um bálsamo e deixava a sensação de que vinha um enorme acerto na fase recente da carreira do cantor de Málaga. Contudo, ao longo da música, Pablo Alborán se perdeu no quesito melódico. Em alguns pontos, dá a sensação de que são várias músicas em uma. Falta coesão lírica.
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As últimas melodias, inclusive, têm sido alvo de críticas dos fãs desde o lançamento de Vértigo. Pablo Alborán acerta na letra, mas derrapa ao embalar suas histórias. A produção do renomadíssimo Julio Reyes tem sido colocada em xeque por parte do fandom do artista, só que não é dele a assinatura da nova música.
Ainda assim, Soy Capaz merece um 8. As críticas estão muito mais relacionadas à alta expectativa criada pelo cantor do que, propriamente, por uma má execução. Pablo é muito capaz e muito mais capaz do que tem demonstrado nos últimos anos. Prova disso é a ótima parceria com Micro TDH em El Lobby, lançada na semana passada.
O repertório próprio, ultimamente, tem precisado de ajustes para voltar à ótima forma de Terral, por exemplo. Mas é questão de tempo.