A gente nem precisa dizer que música portuguesa não é só fado, né? Além do gênero tradicional, as rádios e os charts portugueses estão renovados com, quiçá, uma das melhores gerações das últimas décadas. Boa parte desse crescimento qualitativo pode ser observado nas últimas propostas do país enviadas ao Eurovision Song Contest. Ou antes, na seletiva do Festival da Canção.
A gente deve dar sim o merecido crédito a Salvador Sobral nesse quesito. Depois da vitória com Amar Pelos Dois, Portugal não se permitiu errar. E além: consegue, a cada ano, renovar o estilo sem perder a qualidade. Um reflexo da indústria local contemporânea.
MARO, Carolina Deslandes, Bárbara Tinoco, Fernando Daniel, Agir, D.A.M.A., Diogo Piçarra, Áurea, Bárbara Bandeira, Ivandro, Fado Bicha, Carlão, Mariza, Chico da Tina são apenas alguns dos nomes que merecem um lugar na sua playlist. E já é uma amostra da variedade e efervescência criativa musical portuguesa.
Segundo o Wrapped do Spotify em 2022, o consumo de música nacional na plataforma cresceu 37%. Ivandro foi o artista mais ouvido, seguido Dillaz, Julinho KSD, Wet Bed Gang e Plutónio, evidenciando no top 5 a força do rap português. Alguém poderia imaginar que em Portugal há bom rap?
Enquanto a música brasileira tem boa entrada no país, nossas fronteiras ainda estão parcialmente fechadas aos lusitanos, exceção feita a imigrantes, descendentes, viajantes curiosos e, claro, fãs do Eurovision. A equação é injusta.
Por isso, fizemos uma seleção com o que há de melhor na música portuguesa e, a partir de hoje, vamos intensificar nossa cobertura além-mar.