Enquanto Damiano David voa em sua carreira solo, o caminho escolhido por Victoria De Angelis fora do Måneskin segue uma rota medíocre. Questão de gosto? Pode ser. De escolha da artista? Com certeza. E não há pecado na trajetória alternativa, só parece um desperdício absoluto de talento.
Após os lançamentos de alta intensidade, Get Up Bitch! (Shake Ya Ass) e Ratata, Victoria começa o novo ano com estilo feroz em seu mais recente single, Whistle. Mesmo com toda pirotecnia, um tema medíocre.
A faixa pode ser uma explosão de pista de dança da agora estrela ascendente do latincore. Também explode ouvidos com uma mistura de influências de baile funk em alta velocidade, com uma produção voltada para o hard dance e o techno. O mix é ousado e poderia ter um resultado poderoso, mas enjoa. Cansa. Sobre a estreia, a musicista disse:
+ Leia Mais: 10 músicas latinas que precisam tocar nas festas do BBB 25
“‘Whistle’ é superanimada, divertida e sempre agita nos meus sets”, compartilha a artista. “Toda vez que toco, o público enlouquece. Eu queria criar algo divertido, mas distorcido e cru, com aqueles apitos realmente cortando o ritmo. Sempre adorei usar vocais brasileiros nas minhas músicas, e essa faixa parece ter a mistura perfeita de ritmo e energia. Estou muito empolgada para compartilhar essa música e toda essa energia com todo mundo”.
Repito aqui o que disse à época de sua transição para a carreira como DJ, na estreia do feat com Anitta: muito disso está associada à imagem que tenho da Victoria como instrumentista. A baixista do Måneskin é genial em seu trabalho original, para dizer o mínimo. Ao enveredar para uma nova carreira, cheia de subcelebridades e alguns pontuais expoentes, a italiana virou mais do mesmo.
Preocupa que essa seja sua visão de futuro. Enquanto seus colegas estão descansando a imagem após dois anos intensos de discos e turnês, ela desgasta a sua por puro passatempo, pelo afã de manter-se ativa constantemente, tal e qual consta nos mandamentos de seus 24 anos.
Não há voz dissonante no mercado internacional sobre suas habilidades no baixo. Com o quarteto do rock, Victoria brilha y brilha. Seu grande erro, talvez, tenha sido fazer do hobby uma profissão secundária sem pausa, estudos, preparação. Victoria foi apressada e agora tem um contrato a cumprir. A ver.
Pode ser que os próximos singles surpreendam. Torço por isso, inclusive. Amo sua maneira disruptiva de ser. Sua imagem empoderada e livre é necessária para as mulheres. Mas fazendo uma associação simplista, é como se ela tivesse deixado o elenco do BBB para integrar A Fazenda. Ou o A Grande Conquista.