Não é segredo para ninguém que esta página é 100% “cadelinha de Måneskin“. Desde os primórdios da audição no X Factor Itália, em 2017, nossos apurados ouvidos sabiam que o grupo não estava destinado às fronteiras italianas.

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A proporção do sucesso é que superou qualquer expectativa. Após a vitória no Eurovision Song Contest, a banda formada por Damiano, Victoria, Ethan e Thomas viveu um case de explosão orgânica global como há muito não se via na indústria musical, respingando no Brasil, atual segundo mercado da formação.

Os charts descobriram hits de álbuns passados e colocaram o Måneskin no topo das paradas que são referências para a música. Beggin’, Chosen, I Wanna Be Your Slave viraram trilha sonora de 2021.

Não é uma heresia dizer que nada é maior do que o grupo neste ano, nem mesmo a rainha italiana da música, Laura Pausini, com direito a indicação ao Oscar no pacote e tudo mais.

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O fenômeno Måneskin é algo que se vê raramente na indústria fonográfica. Até a comparação com Despacito, de Luis Fonsi, e seus bilhões de views não cabe na mesma forma.

Chamou a atenção na semana passada a declaração de Damiano, o frontman mais atrevido e arrogante (no bom sentido) a surgir na música nos últimos anos: “estamos compondo músicas que nos representam atualmente”.

Pareceu um ligeiro incômodo com a ascensão meteórica de Beggin’, do álbum de estreia do grupo, lá em 2017. Quando anunciaram Teatro D’Ira, o projeto discográfico lançado na esteira do Festival de Sanremo, em março, os integrantes falavam em uma sonoridade rústica, artesanal, típica dos shows de rock da cena alternativa.

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Só que agora o Måneskin é dos estádios. É das grandes casas. É das turnês internacionais. A aspereza sonora que se tornara a marca do início de 2021 se perdeu em meio às redescobertas do repertório no boom global.

Quem acompanha o grupo desde o início da carreira sabe bem que ele é capaz de se adequar e reinventar com maestria. Mas isso acontecia longe dos holofotes. Como fazê-lo sob pressão de hit atrás de hit? Teatro D’Ira, além da sonoridade quase provinciana – também no bom sentido, tem como força-matriz a perfeita combinação do rock com o idioma italiano.

Diferentemente de Il Ballo Della Vita (2018), que também tinha faixas no idioma natal do quarteto, o último álbum traz a equação da origem com timbre, melodia com o resultado mais assertivo do Måneskin. Um som de garagem, de raiz, de juventude, de frescor.

O desafio, agora, é o equilíbrio. O sucesso veio na vertente mais pop, de popular. Do rock da rádio, comercial, feito para o mercado, na contramão daquilo que seria oferecido no compilado Teatro D’Ira, que chegou às plataformas em março com o “sobrenome” Volume 1, indicando que aquele era apenas o começo de uma nova era musical.

De fato, foi. O grupo conseguiu a parte que parecia impossível até mesmo aos ouvidos mais complacentes à sua música: o topo, o auge, o fenômeno. Precisa equalizar as vontades aos apelos populares para chegar à segunda, e mais difícil etapa das lendas da música: manter-se no topo.

A tarefa não é fácil, mas é possível. Pluralidade, diversidade, extravagância, carisma e talento absurdo são ingredientes importantes, mas não bastam por si. É preciso saber o que foi, exatamente, esse algo mais que provocou o sucesso em todo o mundo. Aí sim, o grupo será historicamente relevante e perene. Estamos atentos aos próximos passos.

Quem é Måneskin ?

Com um som cru, energético e distorcido, Måneskin está trazendo o rock’n’roll de volta à vanguarda das paradas mundiais, misturando-o perfeitamente com os gostos atuais. Victoria (baixista) de 20 anos, Damiano (vocalista), Thomas (guitarrista) e Ethan (baterista) começaram como artistas de rua se apresentando nas ruas de Roma em 2015 e, poucos anos depois, conquistaram o mundo, tornando-se uma das bandas de rock mais populares da nova geração.

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Eles são atualmente um dos 15 artistas mais ouvidos no Spotify, com mais de 2,5 bilhões de reproduções no total e mais de 50,8 milhões mensais. Após o grande sucesso do álbum “Il ballo della vita” (lançado em 26 de outubro de 2018), a banda fez uma longa turnê pela Europa e se apresentou nas melhores arenas de música e festivais da Itália, e depois, em 30 de outubro de 2020, lançou seu novo single “VENT’ANNI”. A Måneskin venceu o 71º Festival de Música de Sanremo com a música “ZITTI E BUONI”, e conquistou o Eurovision Song Contest em Rotterdam, ganhando o primeiro lugar e desfrutando de um sucesso notável em todo o mundo. Em apenas algumas semanas, a banda conquistou vários discos de ouro e platina em mais de 15 países. Seu segundo álbum, “Teatro d’ira – Vol. I”, foi lançado em 19 de março de 2021 e terá uma turnê que já está esgotada em arenas de toda a Itália, com início em dezembro de 2021, bem como por uma turnê pelos maiores festivais de música da Europa, programada para o verão de 2021 e de 2022.

Em 15 de julho de 2021, o vídeo de “I WANNA BE YOUR SLAVE” estreou mundialmente no YouTube, ultrapassando 6,7 milhões de visualizações em apenas 24 horas. A música se tornou um sucesso em 67 países e subiu para a primeira posição do YouTube na Itália e para a vigésima posição nas paradas globais. A Måneskin quebrou uma série de recordes inéditos, chegando à primeira posição na lista Top 50 Global do Spotify com “Beggin’” que, junto com “I WANNA BE YOUR SLAVE”, quebrou a Parada de Singles do Reino Unido, com as ambas as canções no Top 10. Isso fez com que a banda fosse a primeira de origem italiana na história da música a chegar ao Top 10 do Reino Unido com duas músicas ao mesmo tempo.

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