Antes de começar o artigo, vale o disclaimer: para a cobertura diária do LatinPop Brasil, latino é todo artista originário de países cujos idiomas oficiais derivam do latim. É uma questão linguística, não continental. E, dito isso, seguimos.

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Antes da pandemia, entre 2018 e 2020, o cenário era de arrefecimento da febre vivida pouco antes com as vindas para shows de Luis Fonsi, Enrique Iglesias, Il Volo, Eros Ramazzotti, Laura Pausini, Maluma, J Balvin, entre tantos outros que ajudaram a transformar a música latina em um produto radiofônico na última metade da década. Até Joey Montana apareceu por aqui.

Pedro Capó, Karol G, Sebastián Yatra, Sofía Reyes também chegaram a vir para promoção, colaborações ou festas. E, depois, um silêncio ensurdecedor. No mundo pré-Covid, a sensação era de que o mercado latino não teria fôlego para se recuperar entre os brasileiros.

Seja pelo período de isolamento ou a necessidade urgente de retomada do setor de entretenimento, o que temos visto em 2022 é o jogo começando a virar. E virar de um modo que não tínhamos visto nem nos dias mais aquecidos. A aposta em Rosalía e a forma como ela esgotou ingressos é uma prova disso.

A motomami faz parte do mainstream lá fora, mas seu potencial mercadológico ainda não havia sido testado por aqui. Um jogo certeiro para provar que, não apenas o mercado latino segue vivíssimo em território nacional, mas tem caras novas a apresentar.

Indo para o lado italiano, o Brasil não passou longe do furacão Måneskin. Os roqueiros irão se apresentar no Rock In Rio e ainda embalaram uma data solo em São Paulo na mesma semana. Os ingressos ainda não estão à venda, mas a expectativa é de um Espaço das Américas com sold out.

Alejandro Sanz, que não aparece por aqui com uma apresentação solo desde 2013, e Eros Ramazzotti são outros nomes que foram confirmados pelo jornalista José Norberto Flesch. Camila Cabello virá no mesmo esquema do Måneskin: Rock In Rio e São Paulo. Jorge Drexler anunciou a primeira data da turnê brasileira, com promessa de passar por outras capitais além de Porto Alegre.

O que se vê é um mercado latino aquecido no Brasil, mas de forma diferente daquele que tínhamos visto até 2018. Há um olhar paradoxal para as novidades não-efêmeras, um cuidado maior na seleção dos nomes. Há critério na escolha dos artistas para que não tenhamos casas vazias e, de novo, o motor esfriando. Há a aposta em quem nunca dá errado, casos de Sanz e Eros. Nesse caminho, a expectativa é que o Brasil volte a ver, por exemplo, gigantes como Ricky Martin e Julieta Venegas, que estão com seus trabalhos novos siando do forno e sempre foram figurinhas carimbadas por aqui.

Pode-se dizer que Karol G está no mesmo balaio de Rosalía: é novidade (embora já tenha se apresentado em casa pequena), mas quem emplaca Tusa e Coachella precisa colocar o Brasil em sua rota de shows. O mesmo vale para Yatra, indicado ao Oscar. Bad Bunny não vai ficar indiferente por muito tempo. E por aí vai…

2022 nem chegou à metade, mas já dá sinais de que será o melhor ano para os fãs de música latina dos últimos tempos. Aprendemos: só “nome” não lota casa, nem paga as contas. É preciso descobrir o potencial de mercado, algo que, ao que tudo indica, os empresários do país começaram a tatear nesses dois longos anos de pausa.

Mais do que esperança de uma boa temporada, temos a certeza de agenda latina lotada e um futuro promissor como há muito não se via.

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