Fôssemos um país sério, a possibilidade de termos a turnê do RBD por aqui em 2022 teria ido por terra nesta segunda-feira, 16 de agosto, quando Christopher Uckermann reiterou sua posição antivax no combate à Covid-19.
Fôssemos um país sério e não esmagado pelo negacionismo, exigiríamos o “passaporte verde” para qualquer turista ou profissional que deseje entrar no Brasil quando atingirmos o patamar desejado de vacinação.
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Fôssemos um país sério e com um presidente minimamente capaz de conduzir a crise sanitária sem a verborragia escatológica à qual, infelizmente, nos habituamos, alguém com a postura pública anti-vacina não seria bem-vindo.
O pedido de Christopher Uckermann para que as prefeituras brasileiras deixem de associar a campanha de vacinação ao RBD é vergonha. É insensível. É cruel. Deixou de ser negacionista de discurso para agir contra a vida.
Não que esperássemos dele qualquer atitude sensata após tantos “bostejos” (com o perdão da chuleza) nos últimos meses. Não é sobre uso de imagem, é sobre não querer estar associado a um movimento que salva vidas. Christopher Uckermann tem as mãos sujas a partir de agora.
A campanha de Sobral, como a de algumas outras cidades Brasil afora, fazendo um chamamento aos mais jovens da “geração Rebede” foi das coisas mais geniais que vimos nos últimos duros meses. Uma lufada de bom humor e criatividade. E, claro, de esperança. Chegamos a uma camada da população que teve Anahi, Dulce María, Maite Perroni, Christian Chávez, Alfonso Herrera e Uckermann como espelhos.
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E, em um momento de ação, convencimento e luta, nada melhor do que recorrer aos ídolos para trabalhar a memória afetiva. Que Uckermann tenha lá suas convicções, mesmo que a gente não aceite, a gente suporta a fórceps. Que ele interfira na campanha do único método capaz de nos devolver à normalidade mostra desvio de comportamento e não é minimamente aceitável.
O mundo soma mais de 4,3 milhões de mortos pela Covid-19. O México, quarto colocado no ranking fúnebre, tem mais de 248 mil vítimas fatais. O Brasil, a quem o mexicano dirigiu a negativa de ajuda, contabiliza quase 570 mil corpos empilhados pela doença.
Geração Rebelde, não ouça o antivax. Não é posicionamento. Não é opção. Não é uma decisão individual, é pensamento coletivo. A minha vacina é um pedacinho da sua. Sua vacina é um pedacinho da minha. E só assim vamos fazer uma barreira para que o vírus deixe de circular no médio prazo.
Fosse eu qualquer outro integrante do agora quinteto, me recusaria a trabalhar com Uckermann, assim como certamente o fez Poncho. Sua presença nos ensaios, no palco, na turnê é, hoje, uma ameaça sanitária e assim deveria ser tratada.
O pedido de Christopher Uckermann é desprezível. E qualquer relevância dada a ele a partir de agora, idem.
Repito: suas mãos estão sujas. Não compactuemos com isso. Não vale a pena arriscar a saúde e a integridade do público e dos colegas de grupo por uma insanidade negacionista, ele não vale o preço.
Vacinem-se!