Quando Ana Mena lançou o single Mezzanotte, as redes sociais do LatinPop Brasil citaram que era difícil lembrar que ela é espanhola, tal sua relação com mercado italiano, principalmente na época de tormentoni dell’estate (hit de verão).
Destaque: O fã de streaming precisa entender que a música é muito mais do que números
A artista de 25 anos, nascida em Málaga, na Andaluzia, pode ser considerada uma espécie de embaixadora do crescimento do intercâmbio entre Espanha e Itália nas últimas temporadas. Com um único disco no currículo (Index, 2018), ela investiu pesado no vizinho ibérico fazendo colaborações constantes com Fred de Palma e Rocco Hunt, conseguindo uma notoriedade capaz de credenciá-la ao Festival de Sanremo de 2022.
Hoje, Ana Mena lança seus singles nos dois idiomas e tudo indica que seu próximo disco será bilíngue. Mezzanotte ganhará ainda nesta semana uma versão com Belinda intitulada Las 12.
Com as fronteiras musicais abertas, outros artistas aproveitaram para levar seus temas de um lado a outro. No sentido contrário, Sangiovannni convidou Aitana, um dos nomes mais importantes do mercado espanhol, para gravar sua Farfalle em espanhol. Mariposas chegou às plataformas há duas semanas.
Além de Ana Mena, Rocco Hunt (de Salerno, Itália) tem no repertório Solo Quiero Dedicarte em colaboração com Omar Montes e Reik. Também nesta semana, ele estará com Elettra Lamborghini e Lola Indigo na estreia de Caramello.
Espanha e Itália têm em comum o fato de concentrarem seus mercados musicais em produtos nacionais, diferentemente do que é observado na América Latina, cuja audição é continental, em bloco. As semelhanças nos hábitos de consumo levaram muitos artistas, historicamente, a produzirem seus trabalhos nos dois idiomas: Laura Pausini, Eros Ramazzotti, Nek e Tiziano Ferro são exemplos clássicos.
Recentemente, Marco Mengoni gravou o álbum Atlantico também em espanhol; Emma Marrone já trabalhou com David Bisbal em uma época em que as colaborações entre Espanha e Itália eram mais esporádicas e restritas.
De origem italiana, Luis Miguel é uma das bases dessa troca cultural. No início da carreira, ele também foi a Sanremo em 1985 com Noi Ragazzi di Oggi, tema escrito por Toto Cotugno, e ficou com a segunda colocação.
Mecano, Miguel Bosé, Sergio Dalma e Jarabe De Palo são outros nomes que, no passado, foram ícones desse intercâmbio hoje representado por Ana Mena.
O verão começa oficialmente dentro de uma semana no hemisfério norte. E a promessa é de esquentar ainda mais essa lista de collabs ibéricas!