Desde que se aventou um possível retorno do RBD, as notícias vieram desencontradas. Cada integrante falando por si, dando informações diferentes e nenhum comunicado oficial sobre o que era fato ou boato.
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O fato é que a turnê esteve de pé um dia. Aqui no Brasil, os shows aconteceriam em dose dupla no mês de maio no Allianz Parque, em São Paulo. Mas quem revelou isso não foi Guillermo Rosas, responsável pela carreira de Anahí e pela live de 2020, ou nenhum outro empresário ligado à banda ou ao mercado de entretenimento. As datas vazaram sem querer no calendário oficial de eventos da prefeitura.
Foram acontecimentos fortuitos assim que alimentaram a esperança dos fãs nos últimos meses. Os shows caíram e ninguém fala em porquês. Acreditar em “incompatibilidade de agendas” é, no mínimo, ingenuidade. Que compromissos foram esses que permitiram que a negociação com São Paulo, com o Palmeiras (dono do Allianz), avançasse até a reserva da data e do local?
Fato é que os conflitos internos gerados por Christopher Uckermann e sua postura negacionista em relação à pandemia nunca foram solucionados e culminaram com as fotos do reencontro na casa de Alfonso Herrera, em 2019, deletadas de suas redes sociais. Boato é achar que a ação é fruto de uma estratégia de marketing para o lançamento de Solo Te Pido, música apontada como o start de uma nova era do RBD.
O tal marketing de centavos esbarrou na declaração de Dulce María de que a turnê foi cancelada e que dias depois ela recebeu a letra da canção. Os fãs se agarram à hipótese de que o tema já estaria gravado e todos os acontecimentos da semana seriam uma encenação para pegá-los de “surpresa”.
Vamos cair para o mundo das conjecturas e pensar que tudo isso seja real. Do dia para a noite, decidiram postergar a turnê para 2024 para comemorar os 20 anos do RBD (sem imaginar que a celebração poderia começar agora e ter seu gran finale em dois anos) e que os cinco integrantes estejam preparando um comeback às escondidas. Tudo isso é real, vai acontecer…. mas quem é o responsável? Quem é a voz que responde de forma oficial pelos novos passos do quinteto?
Até agora, são as declarações de Christian Chávez que “oficializam” disco, música, shows. Dulce Maria traz os desmentidos. E assim a novela nunca tem fim. O retorno do RBD ganhou ares de lenda urbana e toda notícia veiculada de agora em diante perdeu a credibilidade. É uma ofensa ao marketing chamar isso de estratégia.
Na semana em que tudo foi pelo ares, em meio ao turbilhão, falta um porta-voz para dizer: “Em nome de todos, anuncio que a turnê está cancelada, suspensa, adiada”. “Em nome de todos, aviso que lançaremos um álbum em 2022”. Tudo chancelado, averbado, pela conta oficial do RBD. Falas aleatórias perderam o sentido no contexto atual.
Para se tornar novamente um produto para o mercado musical, o RBD precisa de prumo e direção. Planejamento e cronograma. E, sobretudo, comunicação sincera com seus fãs. Enquanto isso não acontecer, vamos recorrer à fábula do menino que mente tantas vezes que, quando diz a verdade, ninguém acredita.
Se o futuro reserva uma etapa distinta para o RBD, vai ser preciso muito malabarismo para fazer com que fãs, público em geral e imprensa olhem com crédito para cada notícia divulgada. Do jeito que está, sem comando, acreditar virou virtude dos fortes.