A Anitta anunciou na semana passada a chegada de Versions Of Me, seu novo álbum, para o dia 12 de abril. A surpresa, é claro, ficou com o cancelamento de Girl From Rio, disco que tinha conceito, singles, estreias adiadas e a expectativa de ser o projeto mais internacional da carreira da poderosa.
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Girl From Rio teve seu título anunciado em 24 de setembro de 2020, no auge da pandemia. A capa rendeu memes e foi elogiada por público e crítica. O single que leva seu nome foi publicado em abril de 2021, com uma estética impecável e a proposta de mostrar como a garota de Honório Gurgel conseguiu conquistar o mundo em três idiomas.
A data de lançamento sempre foi um mistério: foi pulando de trimestre em trimestre, em promessas que nunca foram cumpridas. A última delas aconteceu em setembro do ano passado, quando a brasileira disse ao blogueiro Hugo Gloss: “Resolvi esperar para ter uma coisa mais incrível, então a gente está mudando algumas ideias que tinham no álbum”.
Por ideias, leia-se todo o conceito. E Girl From Rio foi com Deus para se tornar a lenda urbana mais lamentada por fãs dos últimos anos. E o LatinPop Brasil previu tudo isso em matéria sobre Faking Love publicada há seis meses.
Fato é que desde o anúncio surpreendente de Anitta, nenhuma explicação veio acalmar o coração dos anitters. O releases da gravadora é sucinto e sequer cita o projeto anterior.
Leia na íntegra o release da Warner Music sobre o lançamento de Versions Of Me, novo álbum da Anitta
O novo álbum de Anitta está cada vez mais perto. Na tarde desta quarta-feira, 31, a cantora divulgou a capa do seu novo projeto através de suas redes sociais. Na arte, que teve direção criativa de Maxime Quoilin (que já trabalhou com Beyoncé, Jay-Z, Rihanna e Miley Cyrus, entre outros nomes), vemos seis versões diferentes de Anitta, que demonstram sua versatilidade e poder de adaptação. O nome do álbum, “Versions of Me”, também dialoga com esse mergulho nas várias facetas da artista carioca, que vive em constante mudanças pessoais e artísticas. A fotografia é assinada por Jacob Webster. Esse será o primeiro lançamento de Anitta pela Warner Records e estará disponível em todos os aplicativos de música no dia 12 de abril.
Anitta, envolvida nas comemorações de seu 29º aniversário, em Las Vegas, também falou pouco sobre o que vem por aí e o que ficou para trás. Brincou com os memes sobre a capa, deu a data de lançamento, e pronto, e em resposta à influencer Sophia Barclay disse apenas: “mudei o nome, fazia mais sentido”.
A explicação, convenhamos, foi bastante simplista para um álbum que nasceu na praia, no Piscinão de Ramos, e tinha o Rio de Janeiro em seu DNA. Anitta não deve explicação. Anitta não dá explicações. Anitta não precisa falar muito. E, mesmo que seja totalmente dona de suas decisões e ações, era da gravadora o ofício de elucidar as dúvidas que ficaram nos fãs.
É preciso ressaltar que toda a história criada pela artista para seu ex-álbum havia se perdido em meio aos lançamentos de singles dos últimos dois anos. Se é ruim do ponto de vista puro e simples de mercado, de revisão de produto, a mudança mostra o quanto Anitta evoluiu na indústria internacional nesse período.
Galgou tantos degraus que algo idealizado há dois anos se tornou obsoleto diante do seu atual posto musical. É o “fazia mais sentido” da explicação dada no Twitter. Foram tantos os singles e alterações de rota que foi mais racional desapegar e transformar. Quiçá ainda não seja o álbum que todo mundo espera dela exatamente por isso: foi concebido e reformulado em meio ao furacão que tomou conta de sua carreira nos últimos meses.
E, de qualquer maneira, é um disco necessário para fechar e abrir um novo capítulo na história de Anitta. Quem sabe, esse com começo, meio e fim.