O rapper e produtor P. Diddy foi preso nos Estados Unidos sob acusação de tráfico sexual e promoção da prostituição no último dia 17 de setembro e o mundo da música pegou fogo. De Jay-Z, marido de Beyoncé, passando por Justin Bieber e Michael Jackson, a história ganhou contornos macabros depois que Nicky Minaj foi ao antigo Twitter (X, ainda proibido no Brasil) fazer um exposed que pode ter consequências inimagináveis na indústria.
[ALERTA DE GATILHO: este texto aborda assuntos como estupro, violência doméstica e violência contra a mulher, podendo ser gatilho para algumas pessoas. Caso você se identifique ou conheça alguém que esteja passando por esse problema, denuncie! DISQUE 180]
As acusações formais a P. Diddy
As alegações apontam que Diddy usava seus empreendimentos para financiar um esquema criminoso que “agredia e traficava mulheres”, sendo mantido por um “padrão generalizado de abuso”. O documento diz que o rapper “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar sua conduta”.
Ainda segundo o promotor Damian Williams, em entrevista coletiva que revelou as acusações, Diddy usava seu império para “realizar atividades criminosas, incluindo tráfico sexual, trabalho forçado, sequestro, incêndio, suborno e obstrução da justiça”.
No documento revelado pela ação judicial, o processo também dá mais detalhes sobre os chamados “Freak Offs”, que foi descrito pelo governo estadunidense como “elaboradas e produzidas performances sexuais” criminosamente organizadas em hotéis de luxo com a ajuda do império de Diddy.
De acordo com o que foi revelado pelas investigações do caso (via Folha de S.Paulo) , o rapper usava seus negócios para ocultar a ação criminosa que comandava “maratonas sexuais”, que também contavam com uso demasiado de substâncias químicas e sexo coagido. O documento afirma ainda que o magnata filmava as performances como maneira de “silenciar” os envolvidos.
Os promotores ainda disseram que Diddy não agia sozinho, já que “supervisores de alto escalão dos negócios de Combs, assistentes pessoais, seguranças e funcionários que reservavam os quartos de hotéis” também participaram da organização criminosa que controlava o esquema das performances sexuais coagidas. De acordo com o THR, armas também eram usadas para intimidar as vítimas e outras testemunhas.
O desabafo de Nicki Minaj
Nicki se revoltou simplesmente por Jay-Z não falar nada da prisão de P.Diddy, sentindo-se “enganada”. E sobrou também para Beyoncé. Para a cantora, o casal resolveu encobrir P.Diddy, já flagrado agredindo uma ex-namorada. E que essas acusações se tornaram alvo de uma “operação abafa” para os dois.
“Queremos saber se você estava presente durante o abuso de crianças e adolescentes. Isso é o que queremos saber. Você sabia sobre o abuso de Kim Porter e Cassie? Vocês sempre pareciam andar em uma espécie de… bando de ratos”, disparou antes de lembrar a condenação a 20 anos de prisão por crimes sexuais ao cantor R.Kelly.
A partir daí, fãs começaram a desenrolar o fio. Com o escândalo envolvendo o caso explodindo nos EUA, nomes que já foram (ou ainda são) associados ao ciclo de amizades de P. Diddy se tornaram alvo de especulações midiáticas. Alguns famosos conhecidos por manterem uma relação próxima com o rapper ao longo dos anos incluem Ashton Kutcher, a família Kardashian, Justin Bieber, Leonardo DiCaprio, Mariah Carey, Usher e Paris Hilton.
Teorias da conspiração
Em meio ao caos, teorias da conspiração apontam para as mortes de Aaliyah e Left Eye, que frequentavam as festas de P. Diddy. A música She Knows, de J. Cole, Cults e Amber Coffman, viralizou nas redes sociais após a repercussão do caso de Sean Diddy Combs. Dentre as tantas teorias que tomam as redes sociais sobre a relação de famosos com os atos criminosos cometidos por Diddy, internautas relembraram um trecho da canção, lançada em 29 de outubro de 2013.
Na canção, J. Cole cita a morte misteriosa da cantora Aaliyah, vítima de um acidente de avião em 25 de agosto de 2001. Ele ainda fala sobre o falecimento de Lisa Lopes, conhecida como Left Eye, em 25 de abril de 2002.
E com algum malabarismo, os internautas chegaram ao nome de Michael Jackson, que teria “compartilhado” o chefe de segurança com o acusado.
Em uma de suas últimas aparições públicas, o Rei do Pop faz acusações diretas a Tommy Mottola, marido da Thalia há 24 anos. Antes, ele se relacionava com Mariah Carey (de 1993 a 1998), a ponta da ligação com P. Diddy. “A Mariah Carey me disse que ele é um homem horrível”.
Michael Jackson morreu de parada cardíaca, aos 50 anos, em 2009. O médico do cantor foi condenado por homicídio culposo, sem a intenção de matar. A autópsia constatou que a morte foi provocada por overdose do anestésico propofol, uma substância usada para sedação em procedimentos cirúrgicos.
Justin Bieber e Rihanna
Outro vídeo vazado mostrou Diddy com Justin Bieber ainda criança, no qual ele oferece um carro de luxo, uma casa e “sair para pegar garotas” para o jovem cantor canadense. Vale lembrar que Diddy disse, em entrevista em 2002 no programa Late Night with Conan O’Brien, se tornou viral quando ele falou sobre ter “trancas nas portas” para evitar que as mulheres saíssem de suas festas.
Uma fonte disse ao Radar Online: “O caso Diddy está claramente se preparando para ser o próximo escândalo de Jeffrey Epstein. Todo mundo que era alguém na música e showbiz provavelmente foi a uma das festas de Diddy e agora eles estarão tremendo sobre o que pode vir de lá”.
Rihanna, por sua vez, teria sido supostamente traficada. A cantora tinha apenas 16 anos de idade e morava em Barbados quando viu a sua vida mudar ao entrar em um avião, parar em Los Angeles, e, durante uma madrugada no escritório de Jay-Z, um dos melhores amigos de Sean Combs, para fechar um contrato milionário. Anos atrás, Jay-Z admitiu que ela foi aos Estados Unidos sozinha, sem os pais, para assinar com a sua gravadora.
De volta a Justin Bieber, ele era empresariado na adolescência por L.A Reid, amigo próximo de P. Diddy. Reid disse que o canadense, à época ainda adolescente, era “lindo como nenhuma mulher poderia ser. Agora, as especulações apontam para a música Yummy (delícia, em português), cujo clipe começa com crianças tocando instrumentos musicais de forma bem melancólica em um restaurante cheio de adultos. Na sequência, Justin se senta com John Podesta, homem envolvido no escândalo do Pizzagate – em uma das divulgações do clipe o cantor, escreveu o nome da canção em formato de pizza. Ao final, ele aparece supostamente sentado à mesa com L.A. Reid e John Podesta, com o clipe finalizando com um prato que continha uma foto sua na infância acompanhando a palavra “yummy”, ou “delícia” em português.
A lista de acusações que recaem sobre Combs é gigantesca. A de suposições também. Nicki Minaj fez explodir uma bomba como há muitos anos não se via em Hollywood e as consequências disso apenas começaram. Se as investigações continuarem, se forem se aprofundar em cada uma das pontas que estão soltas, em cada declaração dada no passado, a lista de envolvidos pode aumentar substancialmente.
E se forem atrás do que Michael Jackson quis dizer no vídeo em que cita Tommy Mottola, a família da Thalía pode se ver em meio ao furacão que assola a indústria musical internacional.