Antes de começar, um disclaimer: esse texto não é sobre rivalidade ou comparação. É sobre fatos. Ludmilla está, neste momento, às 16h51 de quinta-feira, 7 de setembro, fazendo uma apresentação histórica no palco do The Town, em São Paulo.

A artista de 28 anos investiu R$ 3 milhões do próprio bolso para modificar a estrutura do festival e entregar um show gigante, padrão internacional de qualidade, de impressionar gringo e fazer brasileiro refletir sobre o tal mercado de números.

Posso discorrer sobre vários pontos: a começar pelo fato de Ludmilla ter sido a única a entender como, de fato, o mercado acontece lá fora, tanto no padrão estético, quanto no repertório. Ao mesmo tempo em que olha pela janela, ela não esquece suas raízes e tem um leque tão vasto de hits, do funk ao pagode, passando pelo pop, mas sem perder a linha central desde o início da carreira.

Ao cantar as antigas Cheguei, 24 Horas por Dia, Onda Diferente, ou as novas Sintomas de Prazer e Eu Só Sinto Raiva, não parece uma artista perdida que joga para onde o mercado aponta. Ela canta tudo porque, simplesmente, pode fazer tudo. Tem gogó, gingado, talento. E, sobretudo, coesão. Conceito. Foi um The Eras Ludmilla. Monumental.

Quer mais? Ludmilla fala com todos os públicos, é diversa desde a vida pessoal até a mensagem que entrega aos fãs, não foge de responsabilidade social. É para bater no peito e dizer que é a maior artista feminina do Brasil, não porque está acima de x ou y: é porque ela, sozinha, entendeu como fazer a engrenagem funcionar para ser necessária.

O festival, que tem sua primeira edição em 2023, pode colocar o show da carioca em sua lista de erros. Tinha potencial para o palco principal, para a noite. Já tinha acontecido no Rock In Rio, voltou a acontecer no The Town. Briga com Bruno Mars pelo título de melhor apresentação do festival. Mas aqui não tem pra mais ninguém.

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