Não foi por acaso que Rebelde, o primeiro álbum do RBD, ficou fora da lista que reunia os 20 discos que completam 20 anos em 2024. O trabalho também vai fazer duas décadas neste ano, mas merece um review à parte. E por muitas razões.
A primeira delas é que por muitos anos ficou relegado a um trabalho mediano, dedicado exclusivamente ao mercado juvenil. Mas o tempo fez justiça a Anahí, Dulce María, Maite Perroni, Christian Chávez, Christopher Uckermann e Alfonso Herrera. Hoje, olhando pelo retrovisor, é possível afirmar que o álbum é um dos mais importantes do mercado latino nesses 20 anos.
Está na mesma prateleira de Mi Sangre, do Juanes, ou de Resta In Ascolto (Escucha), da Laura Pausini. E sua importância vai além das tecnicalidades musicais, instrumentais ou melódicas. É geracional.
Diferentemente dos colegas citados, a estreia do RBD foi um marco para os millenials e acabou ganhando seguidores entre os “Z”. Atravessou gerações e deixou um legado importantíssimo, especialmente entre os fãs que não são hispano-hablantes. Muitos dos artistas que figuram na lista só têm seguidores no mundo de hoje porque, lá atrás, o sexteto foi um fenômeno que despertou o interesse para a música latina mundo afora.
O aniversário é só em novembro, mas tudo o que foi vivido em 2023 deveria ser repetido em 2024 justamente em razão da efeméride: esse é o ano dos 20 anos da explosão do RBD, o maior acontecimento do mercado latino em 20 anos. Não foi Despacito, nem nada que os críticos defendam como cult.
A revolução, como sempre, veio do povo. Dos jovens. No Brasil, de quem assistia ao SBT sem vergonha de ser feliz. Veio de baixo até se tornar trend e contemporâneo.
RBD é desses fenômenos que acontecem a cada muitos anos e simplesmente não têm explicação. Acontecem e ponto. Rebelde traz hits que ainda não entoados a todo pulmón pelos fãs de ontem, de hoje, e continuará a saga pelos de amanhã. Além da faixa-título, Sálvame, Un Poco De Tu Amor, Futuro Ex-Novio, Otro Dia Que Va, Sólo Quédate En Silencio, Santa No Soy…. é um caso raro em que praticamente todas (senão todas) as faixas são sucesso.
Não reconhecer a importância desse disco para o mercado latino é puro elitismo cultural.
Agora, só resta saber se vai ter comemoração à altura daqui até o último dia do ano. Que merece, merece!