O ano era 2002. Um reality show musical, com shows ao vivo toda noite de segunda-feira, com os participantes confinados (à la Big Brother – ou Gran Hermano) fazia história na TV espanhola. Mais do que um fenômeno musical, Operación Triunfo virou um case social. Não havia no país ninguém indiferente ao programa que, em sua primeira edição, consagrou Rosa López como vencedora, mas revelou para o mundo David Bisbal.

Da segunda edição, Manuel Carrasco – também vice-campeão – se tornou um dos gigantes da música de seu país. Pablo López, Edurne, Aitana, Lola Índigo, Ana Guerra, Amaia, Luis Cepeda fazem parte da extensa lista de talentos revelados no programa, que retornou no fim de 2023 reformulado, na era do streaming, e com uma das melhores gerações vocais de todas as edições.

Com tranquilidade, desde a retomada do formato, em 2017, o conjunto atual de participantes brilha. A fórmula é a seguinte: o cotidiano dos confinados em uma academia de música é transmitido ao vivo pelo YouTube diariamente. No fim da noite (horário espanhol), um resumo do que aconteceu nas últimas 24 horas é comandado por Xuso Jones com convidados e brincadeiras, no melhor estilo “mesa-redonda” de futebol, só que mais descontraído.

Cada concorrente recebe, a cada semana, uma música que deverá ser interpretada na noite de segunda-feira, seja solo, em dupla ou trio. Os ensaios são incessantes, mas a graça é acompanhar a evolução profissional com o desenvolvimento dos enredos pessoais. Nas “galas”, os participantes são avaliados por um quarteto de jurados (em que a veterana Buika brilha com sua acidez, franqueza e muitas frases de efeitos). Quatro vão para a berlinda – um é salvo pelos professores liderados por Noemi Galera (é uma escola, lembrem-se disso), outro é salvo pelos colegas. Os dois restantes disputam a permanência na semana seguinte.

Há um eliminado por semana no programa conduzido por Chenoa – revelada na primeira edição e par romântico de Bisbal naquela época. Parece complicado, mas não é. Vale muito a pena que você sintonize no Prime Video para acompanhar a competição, que vai para sua sexta gala neste 8 de janeiro. Todos os “episódios” estão disponíveis na plataforma. Há um aplicativo para que o público possa eleger seu favorito (que ganha imunidade) na semana e escolher um entre os dois candidatos à eliminação. O voto é aberto aos brasileiros.

Ah sim! No Brasil, o Operación Triunfo foi chamado de Fama, revelou Thiaguinho, mas não vingou.

Voltemos à análise do OT 2023: se a leva de veteranos é o principal motor do mercado musical da Espanha, a que vem deste ano promete garantir o futuro. Ruslana, a ucraniana de 18 anos, fã de Maneskin e muito talento, desponta como favorita e candidata a preencher a vaga de Aitana como o grande fenômeno revelado no programa em suas edições mais recentes, mas há muitos outros nomes que vão começar a entrar nas playlists semanais de todo amantes de música hispana: Denna, Violeta, Salma, Suzete, Juanjo, Lucas, Martin, Alex Márquez, Naiara, Paul, Álvaro Mayo são os principais deles. Podem anotar!

Algumas das apresentações estão entrando nas principais playlists de ranking do Spotify. Sucesso de ouvintes, sucesso de audiência: a das músicas da semana chega a reunir algumas centenas de milhares de espectadores simultâneos no YouTube. Nas redes sociais, são infinitos os memes e comentários sobre a atração, que além de todos os muitos pontos positivos já citados, é um passeio por clássicos da música. Nesta edição, já tocou de Mocedades a Katy Perry; de Morat a BTS, de Chanel a Juanes.

Depois de algumas edições modorrentas, Operación Triunfo volta a ser o assunto preferido dos espanhóis e o maior celeiro de talentos musicais do país. E, mais uma vez, coloca luz no futuro no cenário pop local.

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