As duas faces de Laura Pausini em um filme. E com a sensibilidade que os quase 30 anos de carreira de muito sucesso por todo o mundo pedia. Como teria sido a sua vida se não tivesse se tornado a artista famosa, internacional, após a vitória no Festival de Sanremo de 1993? Esse é o ponto-chave de Laura Pausini – Prazer em Conhecer, produzido pela Endemol Shine Itália para Amazon Studios e disponível no Prime Video. O filme foi escrito por Ivan Cotroneo, Monica Rametta e Laura Pausini, dirigido por Ivan Cotroneo e com supervisão criativa de Francesca Picozza e com o diretor de fotografia Gherardo Gossi.
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Não é 100% documentário, não é 100% filme. Realidade e ficção chamam atenção pelo desenvolvimento narrativo desconhecido de Laura Pausini e o lado frágil e a sensação de solidão que emergem daqueles que viveram, em vez disso, uma existência repleta de prêmios e sucessos globais.
A história traz muitas implicações inéditas e foca na própria artista se colocando no lugar de mãe solteira, ceramista e cantora de piano bar. Uma viagem introspectiva.
Laura apresentou mais um capolavoro em sua trajetória artística na última terça-feira, 5 de abril, diretamente de Roma, na Itália. O LatinPop Brasil teve acesso à coletiva virtual e ao documentário/filme antes de sua estreia, marcada para amanhã.
Muito emocionada, ela fez um longo discurso de introdução ao novo trabalho antes de abrir as perguntas ao jornalistas. Está claríssimo que a mãe da pequena Paola está orgulhosa do resultado. E deveria. Direção e fotografia – além da habilidade de atuação da própria artista, natural e eficaz – fazem de Laura Pausini – Prazer Em Conhecer um produto agradável e bem feito.
Sobretudo, um retrato muito sensível dos questionamentos mais íntimos feitos pela artista nessas três décadas. A história da Laura não-famosa é melhor desenvolvida; na primeira, a aparição do personagem Marcelo deixou a narrativa confusa. Na coletiva, ela explicou: “Marcelo? Era o nome do irmão que eu nunca tive”.
Mero detalhe em um espaço em que a cantora fala de si de forma inédita, abrindo-se para reflexões que são tudo, menos óbvias, e passam muito longe da autocelebração
A dupla trilha narrativa parece sugerir exatamente isso: Laura Pausini se coloca na frente da câmera para sugerir seu amor pela música acima de tudo; depois de quase trinta anos de carreira, Laura Pausini entende que para guiar seus passos estava acima de tudo o amor pela música em sua mais alta concepção. Basta fazer música. Não faça música para obter reconhecimento internacional (que chegou na hora), ou para ser reconhecido na multidão. Mas fazer música pelo simples prazer de poder fazê-lo.