Desde que vieram ao Brasil pela primeira vez em setembro do ano passado, Måneskin tinha deixado claro que o país estaria no roteiro de todas as suas turnês. Shows cheios, fãs entregues e uma perfeita simbiose entre artistas e público foram a receita perfeita para o anúncio desta quarta-feira, 15 de março.

A banda romana anunciou as datas da Rush World Tour, que contempla os hits de seu último álbum lançado em janeiro, com duas apresentações em solo brasileiro.

Damiano, Victoria, Ethan e Thomas passarão pelo Rio de Janeiro no dia 1º de novembro e por São Paulo em 3 de novembro. Os cariocas verão o quarteto no Qualistage, enquanto os paulistas voltarão ao Espaço Unimed para o show.

A pré-venda acontecerá no dia 22 de março, cinco dias antes da venda oficial (27/03). A empresa responsável pela comercialização das entradas será a LivePass.

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Rush, o novo álbum do Måneskin

Não tem Coraline ou Parole Lontane. Mas tem um Måneskin que sabe, como nunca, rir de si mesmo. Os fãs que estavam muito acostumados à profundidade tiveram, desde Mammamia, um longo caminho para se acostumar a uma nova roupagem de Damiano, Victoria, Ethan e Thomas.

O mercado internacional exigiu a mudança e o quarteto abraçou o desafio. Rush!, o quarto projeto discográfico do grupo, chegou ao mercado na noite desta quinta-feira (19) dando as cartas de uma etapa divertida. O grande mérito desse álbum, talvez, seja o fato de falar sobre assuntos contemporâneos, fortes, com leveza.

Não dá para exigir do fã conservador o abraço instantâneo. É preciso dar tempo para digerir o salto de popularidade e a consequente mudança de rumo que quiçá seja perene ou apenas uma carta de apresentação ao mundo sem a etiqueta made in Italy grudada na testaRush! é, sem dúvida, um disco global.

Måneskin de olho no futuro

Para quem, pacientemente como eu, teve tempo de deglutir faixa por faixa, o projeto discográfico é enigmático e, no tempo certo, transgressor. Seria confortável para o Måneskin ficar dentro da caixinha que o levou ao sucesso mundial. Sobreviver da fórmula que já tinha dado certo. Transgressor e corajoso, porque agora só existem dois caminhos: marcar seu nome na indústria musical ou ficar perdido no lugar comum do modelo americano de fazer música e voltar com uma inevitável sensação de fracasso ao mundo anterior.

Se tivesse de apostar, colocaria minhas fichas na primeira hipótese. Porque Måneskin é algo que vai um pouco além da música. É social, comportamental. O que eu disse ainda em 2020, quando eles foram anunciados como participantes do Festival de Sanremo, ainda é válido: Måneskin é puro frescor em um mercado tão inacreditavelmente cheio de regras.

Rush! tem grandíssimos acertos, como The Loneliest, Supermodel, Timezone, Il Dono Della Vita e Mark Chapman, as últimas em italiano. Tem um flerte com o passado em La Fine. Mas, sobretudo, olha para presente e futuro. É um disco para ser executado ao vivo, para grandes públicos, em grandes espaços.

Todo esse texto para dizer que, no fundo, Måneskin é seu frontman, arrogante e sexy, e os três músicos desafiadores em sua essência, muito além das letras. Não importa se vai ser o álbum favorito de A ou B, o que vale é saber que fizeram aquilo que tinham vontade de fazer. Se reinventaram. E, assim, entregaram tudo.

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